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sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

PROPAGANDA POLÍTICA DO GOVERNO MÉDICI

 Roberto Albuquerque dos Santos

 

INTRODUÇÃO

A construção de uma imagem governamental é uma representação daquilo que se quer difundir e se espera que a sociedade absorva. A aceitação dessa “verdade construída” não tem como fundamento a realidade em si, mas o discurso e a retórica de um sistema que busca legitimar sua política (autoritária ou não), perpetuar sua ideologia e alienar os cidadãos do que lhe é inerente: seus direitos políticos, sua capacidade crítica-ativa, ou seja, sua liberdade de expressão, etc.
Essas prerrogativas são características dos governos ditatoriais que, em sua administração coercitiva, suprimem e manipulam a realidade dificultando o panorama social marcado pela censura, repressão, perseguição, entre outros tantos fatores. A fim de mascarar o quadro original, o governo lança mão de diversos veículos, entre eles a propaganda. É, portanto a essa forma de disseminação de idéias, informações e conhecimentos, que este texto se foca no contexto do governo Médici.
No entanto, é digno salientar que o mesmo não analisará todas as formas de propaganda. Embora as mesmas foram produzidas para veicular tanto em Rádio, Televisão, Revista Impressa e outros meios e formas, o texto se prenderá mais na finalidade da propaganda como veiculo de formação de uma sociedade aos moldes do que o governo pretendia na época. Para tanto, algumas imagens de revistas da época são analisadas; alguns slogans são analisados; também a questão de como o governo utilizou as instituições sociais, o esporte (principalmente), a cultura, a música, e até a educação para difundir, promover e legitimar sua ideologia.
Assim, a primeira parte do texto se ocupa em traçar um breve panorama da conjuntura social, política e econômica do país.Tem um caráter informativo e discorre de forma sintética a trajetória de algumas realizações do governo Médici consideradas importantes e que serviram de vitrine para a propagação da justificativa governamental de que o país precisava de ordem pra experimentar o progresso, em outras palavras, legitimar a repressão.
A segunda parte focaliza a forma de propaganda utilizada pelo governo. A partir da AERP, o sistema produziu inúmeras representações da nação a fim de propagar sua "boa vontade" para com o Brasil para que o mesmo crescesse e, para tanto, seria necessário até mesmo a repressão dos opositores ou "inimigos do país". Seu conteúdo resume-se a venda de uma imagem de um país que cresce a cada dia e, esse crescimento, dependia de um sistema ordeiro e justo; da união da sociedade e do comprometimento com a nação.
Por fim, na parte terceira, são analisadas algumas imagens de propagandas e slogans usadas, principalmente nos primeiros anos do governo Médici (especificamente nos anos 1970 a 1972); também, a forma sutil de disseminação da ideologia governamental adentrando até mesmo nas salas de aulas; o ufanismo social; a massificação desse tipo de propaganda, que de uma certa forma, surtiu efeito, pois de uma forma ou de outra, mesmo na atualidade, ainda acredita-se esse é um país que vai pra frente. Na conclusão, há uma análise critica do período e do processo de divulgação governamental.

I. CONTEXTO DA ÉPOCA: POLÍTICA, SOCIEDADE, ECONOMIA


O panorama político em que Médici assumiu a presidência não foi alterado com sua posse. O mesmo assumiu a Presidência em 30 de outubro de 1969 e governou até 15 de março de 1974. Embora democratização fosse parte de suas promessas, essa não foi, em práxis, a que ocorreu em seu governo. Tendo sido estabelecido o AI-5 no governo anterior (Governo Costa e Silva), a sociedade brasileira experimentava um momento de aguçada repressão, desencadeando em perseguição, prisão, tortura e morte a todo aquele que fosse considerado inimigo do sistema. Médici deu continuidade a esse quadro de guerra instaurado no período militar e que, naquele momento, não demonstrava sinais de mudança na austeridade governamental; nessa época, fica evidente um certo distanciamento – até certo ponto rompimento – na comunicação relacional entre o governo e a sociedade.
Em detrimento (embora não seja característica apenas desse governo), movimentos de tendências esquerdistas e estudantis tomaram cores vivas no cenário nacional; a sociedade foi tomada por convulsões como sequestros, assaltos a bancos e quartéis são atacados a bombas. Para conter a mobilização que se fortalecia, o governo intensificou a repressão política e policial. Em conseqüência, a oposição esquerdista intensificou, por outro lado, na clandestinidade optando pela luta armada nos focos das guerrilhas urbanas. Assim, No seio da sociedade brasileira, estava alojada a denominada “Guerra Suja”, protagonizada pela guerrilha urbana e rural, e os órgãos oficiais de repressão.       
Mas não seria de estranhar já que a palavra intervir fazia parte dos discursos do governo. Obstante não se leve em consideração o seu significado, “intervir” para o Governo nas manifestações dos movimentos sociais era o mesmo que promover a ordem e o conseqüente progresso a qualquer custo, afinal de contas, os militares – segundo eles mesmos – estavam no poder para restabelecer os tais (a ordem e o progresso) e garantir a segurança nacional.
Médici, “definira” o conceito de democracia onde o direito da sociedade está acima do direito individual, para que, assim, possa haver mudança; nesse contexto, manifesta-se que o discurso da instituição (Estado) está acima, ou melhor, prevalece acima do discurso do individuo.
Já no campo econômico, o governo Médici “apresentou” expansões consideráveis. O aumento do PIB e a consolidação de uma “nova classe média” com alto poder aquisitivo, além do controle da inflação (embora na casa dos 20 a 25% ao ano) e recordes na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro (No inicio de Janeiro – 1971 – houve investidores ganhando 120% nas aplicações) são pontos considerados positivos, mesmo a um governo repressivo. Ademais, o Brasil tinha um alto nível nas reservas de câmbio e o balanço de pagamentos apontava superávits. Segundo Delfin Neto – em entrevista a Revista Veja – ,  “O desenvolvimento é isso: fazer as aspirações crescerem mais depressa que a produção (...) o otimismo de certa forma gera o desenvolvimento, mas também é gerado pelo sucesso da política que o Govêrno (sic) está pondo em prática (...) o Govêrno (sic) está muito atento, para evitar frustrações do otimismo popular. Mas há um risco inerente ao próprio processo de desenvolvimento. Devemos correr o risco de ver a população entusiasmada e vale a pena pagar pra ver”.[1] 
Ainda na década de 70, Médici amplia o mar territorial de 12 para 200 milhas contrariando interesses estadunidenses e paises adeptos do direito internacional; mantendo sua decisão, a mesma foi aprovada pela comunidade internacional. Ao fazer acordos internacionais, tanto diplomáticos, comerciais ou políticos; implementar obras denominadas grandiosas – caso da Transamazônica – e assim, sanar o desemprego principalmente no Nordeste, a procurar por estimulo as exportações e investimentos do capital externo, entre outras medidas, o Governo brasileiro adentra no que batizaram de “Milagre Econômico”. Porém, apenas a classe média e alta se valia desse “milagre”, já que empréstimo feito ao FMI e a Bancos estrangeiros, desencadeou insatisfação na maioria da população, principalmente pela má distribuição de renda, pois se a inflação se estabilizara, isso se deu graças ao arrocho salarial. A canção que os economistas cantavam para justificar o sacrifício da população era que primeiro era preciso fazer o “bolo” crescer, para depois reparti-lo.
No entanto, como já dito anteriormente, essa política de realizações tanto interna como externa, que estimulava desde as exportações à construções de estradas, e que situava o Brasil entre os paises que conseguiram um rápido crescimento, são fatores considerados positivos ao Governo. Mas como ter uma imagem privilegiada nesses aspectos e ter uma conceituação negativa quanto à forma de governar, já que o período do “Milagre Econômico” também, é o mesmo conhecido como “os anos negros da ditadura” ou os “anos de chumbo”?  Isso prefigurava uma enorme contradição a ser justificada.

II. PROPAGANDA POLÍTICA DO GOVERNO MÉDICI
           
Por estar em meio a contrastes, o Governo buscou no uso da propaganda, não apenas a popularização dos seus feitos, mas a legitimação junto à sociedade através de uma formação consensual em volta de seus argumentos. As contradições se centralizavam no enaltecimento de valores positivos em meio a sociedade brasileira de cunho moralizante, mesmo quando impunha um regime autoritário, onde a censura aos meios de comunicação estava limitada, onde a perseguição política era notória, etc. Assim, o Governo se valendo de uma instituição elaborada no governo Costa e Silva – a AERP –, procurou tirar da abstração as idéias e materializá-las no meio dos grupos sociais.

2.1 A AERP

A AERP (Assessoria Especial de Relações Públicas), surgiu com a finalidade de combater – de forma “sutil” – os opositores ao governo ditatorial procurando trabalhar as ações do governo e a imagem do Presidente de forma positiva.
A propaganda trabalhada por esse órgão é denominada ideológica e não comercial, por ter como foco a não comercialização de um produto no meio capitalista de consumo, mas no campo da ideologia. Assim, procura formar no meio da sociedade idéias em seus membros com a intenção de controle ideológico normalmente difundido e assimilado, ou seja, impetrado, por um sistema governamental que baseia suas ações no autoritarismo e na centralização. Seu papel, por isso, é tornar legitima aos indivíduos as próprias repressões em prol do crescimento da nação. O que “venderá” é a imagem de um país que cresce a cada dia, e isso graças a ordem estabelecida pelo governo e a colaboração dos cidadãos. Essa forma de legitimação é denominada violência simbólica, pois pretende – além de estabelecer uma dominação ideológica – instaurar uma dominação cultural e comportamental da sociedade. Assim, essa forma de propaganda não apenas estará nos meios de comunicação, mas adentrará na própria formação educacional da sociedade, ou seja, na educação.
Das muitas funções da AERP uma era a de popularizar a imagem do Presidente da República. Para isso, o órgão usava os discursos de Médici onde o mesmo se apresentava como transparente, firme, justo, cristão voltado para a família, o trabalho e principalmente o crescimento do país. A AERP soma – em suas propagandas – ainda a esses outros elementos tais como valorização da miscigenação, o brasileiro como um povo benevolente, o trabalho é valorizado, a idéia de um povo unido em cooperação pelo bem de todos. Em seus argumentos, o órgão rezava que “além das vantagens diretas proporcionadas pela temática de utilidade pública, visava-se alcançar, de forma indireta, a simpatia do povo para um governo preocupado com o seu bem-estar, assim como contribuir para a educação popular, sobretudo nas camadas mais jovens”.[2]
Quando o Governo, através da AERP, utiliza-se de tais elementos, procurava difundir no seio da sociedade uma espécie de missão civilizadora que só seria possível através dos militares. O panorama de uma fase benéfica na economia, na política e principalmente de um país moralizado, eram desafios a serem difundidos e aceitos pelo povo. O Governo, assim, buscava explicar a repressão e os problemas brasileiros sob o ângulo da crise moral em que o país se encontrava, camuflando, até certo ponto, as principais intenções e ações dos militares no Estado Nacional.

III. IMAGENS E MENSAGENS


As produções da AERP são caracterizadas por uma produção baseada na lógica do Comprometimento, o que diferencia o seu trabalho com o DIP (1939, no governo Vargas).  Enquanto o segundo tinha um caráter nazo-facista, o primeiro procurava atingir a alma nacional, buscar no intimo da sociedade os sentimentos mais nobres, amor para com o país; solidariedade e cooperação com a nação através do trabalho e o civismo. Assim, com a intenção de “educar” o povo, o órgão governamental de publicidade produziu e manifestou nos diversos meios de comunicação – tanto impressa, televisiva e radiofônica – campanhas publicitárias educativas e cívicas para que a população soubesse se comportar, amar, cooperar e se orgulhar do país grandioso em que viviam. Por essa diretriz, a AERP apela para o sentimento de patriotismo do povo com a nação; não apenas de amá-la, mas de ter compromisso com ela e seu desenvolvimento; sua construção e soberania nacional. No entanto, a AERP enfrentava a oposição da Operação Bandeirante – órgão embrionário do Sistema DOI-CODI – que achava a AERP uma tanto supérflua e superficial. 
Assim, a fim de contrapor as propagandas da Assessoria Especial e reprimir os opositores do Governo, a Operação Bandeirantes, criou o slogan “Brasil, ame-o ou deixe-o” (figura 1)[3].

figura 1

Esse slogan (encarado como um lema) – usado principalmente em carros em forma de adesivo – tinha como objetivo intimar os brasileiros a se definirem diante de um novo panorama que se descortinava diante de todos e que (não se poderia negar) era imposta pelo regime militar; conclamava todos os níveis da nação a aderirem e aprovarem o projeto imposto pelo sistema. Esse slogan tomou abrangência nacional e atingiu as pessoas de todas as classes sociais e de diferentes níveis culturais. Como exemplo, Jorge Ben respondeu positivo ao slogan – que era um convite ao exílio espontâneo. Em reação a mensagem, escreveu o samba “Brasil, eu fico”. A letra chega a ser agressiva com os possíveis opositores. Em suma, expressa que:
Este é o meu Brasil
cheio de riquezas mil
futuro e progresso do ano 2000
quem não gostar e for do contra
que vá para...”.
A AERP, ao contrário, segundo o próprio regime militar, fora criada para realizar “relações públicas”. Em suma, o órgão deveria (re)estabelecer o diálogo entre o Estado e a sociedade e, de maneira sutil, deixar as ações consideradas subversivas no patamar da neutralidade.
Ao dispor de um órgão para trabalhar a imagem do Governo e do próprio Presidente, o Estado utiliza-se não apenas dos discursos ou falas proferidas por Médici, mas também de suas decisões como no caso da decisão de expandir o território marítimo brasileiro para 200 milhas. A essa conquista, a imagem da soberania brasileira é difundida e aparece estampada na propaganda da Petrobrás (figura 2)[4] quando o Brasil comemorava 150 anos de Independência, ou seja, em 7 de setembro de 1972. O slogan (Petrobrás – Independência em petróleo) é curto, mas a mensagem é abrangente no sentido que, tanto o Brasil estava independente politicamente, extraia petróleo em numero considerável, como adquirira maior soberania no mar em consonância com as leis internacionais alargando suas fronteiras marítimas. No entanto, não se pode ignorar que Médici não foi o primeiro a usar a Petrobrás como símbolo de grandeza: Vargas já utilizara essa imagem como símbolo da vitória da campanha nacionalista. Agora, no contexto, Médici, a utilizava para demonstrar independência, soberania e desenvolvimento.       

Figura 2
 A expressão "O Brasil começa no mar", afirma o anúncio da Petrobrás, ou seja, atribui um sentido de espaço que é mais abrangente, conquistada, que pertence à nação, é como uma indicação que nossas fronteiras estão além do que os olhos possam alcançar, que faz parte do que somos, do que construímos, somos grandes, e juntos manteremos essa coesão e espaço. Ora, conquistar e manter esse espaço é dignificar o conjunto, e especialmente a classe dirigente, tradutora e executora firme e competente dos anseios do grupo, tanto no aspecto moral, quanto econômico, e também no que consiste na identidade, unindo o mar simbólico da massa nacional ao mar físico que lhe pertence e, no seu seio, o símbolo da independência petrolífera, da independência marítima, do crescimento, ou melhor, da retomada de reaquecimento da economia.
Enquanto o Brasil crescia no mar através da Petrobrás, um desafio estava no norte do país. A Amazônia – uma floresta densa e quase intransponível – , que também é outro símbolo de massa e que de certa forma cumpre costurar definitivamente ao conjunto formado pela nação, é onde se estabelece a fronteira oeste, mas aparece não como algo a ser passivamente incluído no processo de desenvolvimento, mas como um desafio a ser vencido e subjugado, e para isso é necessário que esse símbolo de massa seja reduzido a algo familiar e dominável. Portanto, era preciso levar o desenvolvimento a região, dominá-la, conquista-la por completo, habita-la e civilizá-la; era necessário toma-la de seus habitantes (animais e índios) e destituí-la das doenças. Para tanto, é preciso ocupá-la, e assim, o governo mais uma vez convoca a participação popular para a conquista. Com a mensagem “Mais Brasil para o homem ocupar”  - da Construtora Mendes Júnior - (figura 3)[5], é posto o projeto de ocupar os espaços ainda não ocupados, ou seja, o lema era ocupar os espaços vazios .
Figura 3
Ora, o uso das ideologias geográficas do regime militar, bem como o seu nacionalismo em geral, pode ser compreendido também como ferramenta de ajustamento social. Essas temáticas buscavam reforçar o sentimento do individuo ou da sociedade em pertencer a uma nação no sentido de ocupar o que é seu, ou estar no seu espaço. Portanto, o governo procurou chamar a atenção dos brasileiros para o espaço marítimo localizado no Oceano Atlântico – visto na propaganda da Petrobrás – e para a floresta amazônica.
Nesse contexto, é importante para Médici, se não essencial, tais mensagens, pois as mesmas formavam parte da composição dos argumentos para o controle do Estado ocupado pelos militares e seus apoiadores sobre o restante da sociedade. Assim, as mensagens foram formuladas pelo sistema (figura 4)[6] colocando diante da população uma espécie de desafio a se conquistar.
Figura 4
No entanto, como já dito anteriormente, não era apenas o interesse do governo que se moldava; era também as empresas que se engajavam em convencer a sociedade dessa necessidade suprema, prioritária, de garantir a unidade e a integração nacional, pois só a partir dessa premissa – é o que se subentende –, se considera comum a todos os brasileiros a garantia da existência e a continuidade da nação dentro do movimento de desenvolvimento e crescimento nacional.
Assim, o Estado propôs o que era preciso fazer para garantir as conquistas já feitas (o mar territorial de 200 milhas – exploração de petróleo, pesca, etc.) e conquistar ou alargar ocupação territorial (ocupar a floresta Amazônia). No que se refere à Amazônia, a propaganda dirigida a nação sobre ela, procura instaurar na concepção do povo brasileiro que uma obra de pretensões gigantescas – a Transamazônica – era necessária, pois serviria de “ponte” entre a geração contextualizada e o Brasil do futuro.
Com esses argumentos, investir na Amazônia significava não só participar da história, mas ser um cooperador com as iniciativas do Estado. É por isso que a Transamazônica aparecia na propaganda governamental como uma alternativa para ser resolvido os problemas da distribuição de terras do país, do inchaço das grandes cidades e da migração da região Nordeste para a região Sudeste. Porém, o que se pode comprovar foi a dificuldade de se transitar na rodovia em época de chuva advindo o abandono do “aventureiro” na floresta e a ocupação das áreas por grandes latifundiários nacionais e internacionais.
O momento de engajamento entre as empresas privadas e o governo se intensifica de tal forma, que a Villares produz uma imagem do espaço brasileiro (mapa), onde a mensagem se decodifica a partir do momento em que o território nacional é simbolizado fornecendo, assim, uma identidade entre Estado, nação, povo, território etc (figura 5)[7]. Nessa propaganda – ou apenas imagem – o chefe da nação e a sociedade  estão (simbolicamente) inseridos no desenho cartográfico do território nacional e travam um diálogo imaginário com a empresa Villares, representada por seu logotipo. O mapa nesta produção, equivale a um logotipo da nação, a um símbolo que remete a uma determinada coletividade. Esta imagem contribui ainda para a identificação entre povo e governo – como procurava divulgar a AERP – como constituintes de uma única entidade, estando inserido nessa idéia, o poder dos militares legitimados pela sociedade.   
Figura 5
Mas o governo não se valeu apenas das motivações empresariais privadas nacionais ou internacionais para a construção de sua imagem e legitimação do poder. Unindo a essas pretensões a paixão do povo pelo futebol e o conseqüente triunfo da seleção canarinho no México, em 1970, onde Pelé e cia trouxeram de vez a taça Julius Himet  pela conquista do tricampeonato mundial (como veremos abaixo), inspiraram várias empresas particulares a financiarem a campanha do censo daquela década – 70 (figura 6)[8]. Não se tratava apenas de mais uma campanha para se contar a população; seria a contagem dos elos que constituíam uma corrente que alavancava o Brasil para frente. A canção  que evocava os “noventa milhões em ação” a se unirem a seleção brasileira de futebol se engajando em seu desafio nos campos diante do adversário, era a mesma que se dignificava a estabelecer através da letra que a compunha, a reafirmação do sentimento de união entre o povo de diferentes classes sociais identificando-os como elementos pertencentes ao Estado Nacional; a letra afirma que eles “estão em ação”, e o slogan da campanha do censo que saber onde eles estão, quem são, quantos são, etc. A partir que o cidadão era denominado “elo da corrente” (união sem divergência), o sentimento de identificação nacional o levava a colaborar com um sistema repressivo que, por principio, o mantinha sob suas pretensões políticas.     
Figura 6
A imagem é composta de quadros que parecem está em movimento. Esse movimento é parte de uma evolução, que vai do mapa como pequena parte de uma interrogação ao mapa como supressor da dúvida a partir de seu crescimento. Por esse principio – pode-se, de forma subliminar – se ter a idéia de que as dúvidas ou resistências ao governo, à capacidade de superação do subdesenvolvimento do Brasil estão se dissipando conforme superam-se os prognósticos negativos e se revelam os dados do "milagre econômico", ou seja, - como dito anteriormente – ao final daquele processo, quando o país tornar-se rico e existirem condições para "dividir o bolo", os pontos de interrogação serão irrelevantes, principalmente se forem levados em conta, fatores, como o que cada brasileiro a ser recenseado era um elo daquela “corrente pra frente” e nessa imagem, portanto, conjugam-se imaginários de identificação coletiva, de representação do espaço nacional e sobre o futuro do Brasil.
Mas a AERP não ficou apenas em configurar a imagem do Brasil que dar certo em propagandas impressas ou televisadas. Adentrou na sala de aula a fim de neutralizar a oposição critica ao sistema e legitimar o regime imposto. Assim, o governo de posse de uma nova legislação educativa – a LDB (5692/71) que promovia uma reordenação nos cursos de 1° e 2° graus onde o objetivo era preparar o jovem para o mercado de trabalho; o país crescia e era necessária mão de obra especializada, era o discurso. No entanto, a intenção era a contenção pela  busca ao ensino superior, preparado no contexto pelos cursos clássico e cientifico. No entanto, o governo não esperou a elaboração de uma nova LDB para agir nas escolas. O Decreto Lei 869/69 impunha as escolas a obrigatoriedade da disciplina Educação Moral e Cívica, que tinha como objetivo a defesa e a manutenção da ordem; segurança, integração social, amor e culto a pátria, reverência patriótica a seus símbolos e vultos históricos, além da difusão de um pensamento reacionário, do conservadorismo da Igreja Católica, e combate radical a qualquer suspeito de ser inimigo (tanto interno como externo). Por esses e muitos outros fatores, a propaganda do governo inserida na formulação dos planos pedagógicos das instituições de ensino, cumpria sua função em legitimar as pretensões dos sistemas militar. Por outro lado, o primeiro ano do Mobral era motivo para comemorações e divulgações do empenho do sistema governamental. Em seu esforço para tirar o país do analfabetismo – pois o mesmo estava crescendo e o povo precisava estar apto para habitá-lo e nele trabalhar – o governo dispôs recursos a esse fim e com esforço da comunidade, o mobral atingiu a soma de 509.619 em alunos em 1971 em todo país; já  e em meados de 1971 esse número atingiu o número de 1.632.842 alunos. “Para Henrique Mário Simonsen, presidente do Mobral, ‘existe um espírito comunitário no Brasil, capaz de desenvolver-se desde que haja provocação forte dos órgãos federais’”.[9] Com esses fatores no ensino, a sutileza do Estado envolvia de forma crescente a sociedade que absorvia, com certo entusiasmo, as mensagens de crescimento e um futuro glorioso; para tanto, era necessário haver ordem e paz para que o progresso fosse alcançado, e nada melhor que começar com a infusão feita na educação.         
Nos meios de comunicação eletrônicos, o povo se entorpecia de mensagens auditivas e visuais como filmetes e músicas fabricadas para acrescer o sentimento patriótico nacional do individuo. A AERP produziu em torno de mais de 370 produções no governo Médici (191 para a televisão). Nas ruas, o povo cantarolava o que nos palcos da TV e nas ondas dos rádios se divulgava: uma musicalidade com tom de configurar o ser cidadão brasileiro. Nesse aspecto, um dos maiores sucessos produzidos na época foi a música “Eu te amo, meu Brasil” da dupla Dom e Ravel.  O refrão era uma confissão de devoção a pátria a toda prova.
“Eu te amo, meu Brasil, eu te amo!
Meu coração é verde, amarelo, branco, azul anil.
Eu te amo, meu Brasil, eu te amo!
Ninguém segura a juventude do Brasil”.[10]
 A dupla vendeu em quatro meses cerca de 200.000 mil compactos, tão grande o sucesso da canção. Após eles, Os incríveis, também gravaram a mesma música e, como eles, enchiam salões por onde passavam fazendo shows. Em entrevista a Revista Veja (fevereiro de 1971), Dom e Ravel não esconderam suas pretensões ao comporem “Eu te amo, meu Brasil”. “’Veja pergunta: como vocês fabricam suas músicas?’ a resposta veio desinibida’: ‘Pode colocar que é fabricada, que é mesmo. Para uma música fazer sucesso, nós estudamos o mercado, com todos os seus detalhes. Temos um trabalho planificado, pastas com paradas de sucesso, épocas do ano, faixa de público’. ‘É verdade que ‘Eu te amo, meu Brasil’, vai ser oficializada como Hino’? Dom: ‘Fiz eu te amo, meu Brasil’ para ganhar dinheiro. Se o govêrno (sic) nos honrar com a deferência, muito bem. O hino brasileiro é muito pessimista. Fala que o Brasil vai ficar deitado. O Brasil está de pé. Olha só a Transamazônica”.[11]  Assim, através da música, ou seja, por mais um veiculo – a indústria cultural – o Estado procurava que a sociedade estivesse em estado de conformismo, pois o mesmo substituindo a consciência penetraria na força opositora ao sistema debilitando-o. As canções em tons de marchinhas, com letras simples e fáceis de decorar; com melodias suaves e “gostosas” de cantarolar, legitimava no cidadão uma dominação que o mesmo se envolvia como cooperador do sistema. A referência acima citada por Dom, sobre a rodovia na Amazônia, é uma espécie de alienação onde o fazer sobrepõe o modo de administrar; onde o desmatamento e as pretensões multinacionais e nacionais de empresas privadas a própria legitimação/dominação do Estado, são confundidos com desenvolvimento.
Ainda nessa época, quando o Brasil se preparava para a conquista do tri-campeonato mundial, o Estado usou essa campanha futebolística para propagar sua legitimação junto a sociedade. Alguns fatos antes da Copa já revelavam a intenção do Governo, por exemplo, a exigência do Presidente Médici para que Dada Maravilha (Atlético Mineiro) fosse convocado e o próprio Presidente sendo co-autor do hino da seleção para a Copa. A autoria da música – em si – foi de Miguel Gustavo e a letra eufórica, criava um sentimento de unidade nacional, o que poderia ter sido na união em torcer pela seleção, já que politicamente a repressão, perseguições e torturas se espalhavam a cada dia. Por exemplo, o técnico João Saldanha foi demitido (comunista confesso) e convocado o ex-jogador Zagallo, isso às vésperas do campeonato mundial. Porém, em meio a esses acontecimentos, o povo cantava:
"Noventa milhões em ação
pra frente Brasil do meu coração
todos juntos vamos
pra frente Brasil
Salve a seleção
De repente era aquela corrente pra frente
parece que todo Brasil deu as mãos
todos ligados na mesmo canção
tudo é um só coração”
Todos juntos vamos
Pra frente Brasil (Brasil)
Salve a Seleção”.[12]
 A tática do Estado – para camuflar seus reais intentos e por uma viseira nos olhos da sociedade – foi a compra de milhões de aparelhos televisores (na época, considerado objeto de luxo) financiada pelo próprio governo para que toda família brasileira pudesse ter o seu. Enquanto as atenções voltavam-se para os jogos da seleção, transmitidos pela primeira vez ao vivo para o Brasil, o governo militar baixava medidas (atos institucionais) que, se decretados em outra época que não fosse a da Copa do Mundo, causariam muita revolta pública. Assim, utilizando o futebol como anestésico (ópio, como dizia Marx), a ditadura militar usou o esporte como ferramenta para a propagação ideológica e produção da imagem do presidente (figura 7)[13] 
Figura 7
Mesmo após meses depois da conquista, quando o governo achava por bem assim fazer, “convocava” os jogadores da seleção para desfilarem em carro aberto exibindo a taça – para acalmar os ânimos exaltados de grupos contrários ao governo?. Assim, não era apenas a seleção como equipe esportiva que era usado para divulgação de um certo “bem estar” entre governo e sociedade, do sentimento de vitória, conquista, crescimento, etc; mas eram os próprios jogadores como que “garotos propagandas” de um sistema repressivo que nem todos estavam de acordo ou eram simpatizantes (figura 8)[14].         
Figura 8
Em clima de “Ilha da Fantasia”, o Brasil parecia está de braços dados e que não haviam problemas a serem enfrentados e nem coerção por parte do regime contra a sociedade. O governo parecia ser parte daquela seleção, que de certa forma, fazia parte do povo e com o povo se identificava, e não como pretendia o regime militar. Mas a apesar de ser constado essa realidade, o slogan governamental afirmava que ninguém seguraria esse país (figura 9)[15].
Figura 9

 

CONCLUSÃO


As campanhas publicitárias do governo Médici tinham como objetivo o envolvimento e contribuição dos vários grupos sociais para que o desenvolvimento apregoado fosse alcançado e, assim, demonstrar a realização dos mesmos como resultado do esforço coletivo. A partir de slogans, a propaganda governamental seguiu uma linha de evocação a participação de toda a Nação para que os diversos grupos – tanto étnico, político, social, econômico, etc – aderissem ao sistema nele confiando e legitimando o projeto de desenvolvimento proposto pelo sistema. Para tanto, temas como a família, o trabalho, a educação, o esporte, o patriotismo, etc, foram trabalhados e constantemente reproduzidos pelo órgão do governo responsável pela relação pública do Estado.
A AERP), referenciou características do governo Médici convencionado a ser chamado de "milagre econômico" (como discutido acima) época marcada por altas taxas de crescimento econômico, devido ao grande ingresso de capitais estrangeiros, que possibilitou obras públicas de impacto e que absorveram uma parcela da mão-de-obra; ao mesmo tempo a política de crédito atingiu a classe média, com a possibilidade concreta de elevar seu padrão de consumo, fazendo parecer que o nível de vida melhorava. No entanto, para a maioria dos assalariados foi um período de arrocho salarial, caracterizado pela concentração de renda. Do ponto de vista político a repressão política tornou-se maior, apoiada no AI-5, época caracterizada por perseguições políticas, aparecimento de grupos paramilitares, pela tortura nos "porões da ditadura", pelas execuções de inimigos do regime e por forte censura sobre os meios de comunicação.
Portanto, é nesse contexto que se pode notar a preocupação do regime militar com a propaganda, que procura, de forma ufanista, destacar o patriotismo através de imagens e frases de efeito, como algumas apresentadas acima. Dessa maneira aqueles que faziam oposição ao governo eram considerados como elementos anti-patrióticos, que deveriam deixar o país, ou, em outras palavras, amá-lo ou deixá-lo e não tentar mudá-lo ou “estancar seu crescimento”.
A política de comunicação social formulada pela AERP pode ser definida com os parâmetros do modelo de comunicação política centrado no desenvolvimento, que se vale da informação para motivar, formar e informar a Nação sobre as metas e valores do desenvolvimento nacional. As imagens veiculadas de um país faminto por crescer e de um povo unido a esse propósito, foram alimentadas por uma propaganda ideológica, formulada a partir dos anseios do homem, da conquista, da ordem, uma espécie de o céu é o limite, onde, e sempre, a imagem do Presidente era trabalhada e vista. No entanto, essa imagem do Brasil tampava dos olhos dos brasileiros (em sua maioria) um progresso que, na realidade, era frágil e sem sustentação, e gradativamente minava a economia do país, com o endividamento externo. O ufanismo, por sua vez, tornou essa visibilidade em fortes cores de obscuridade, ou seja, difícil de ser vista, e construiu para o povo uma imagem grandiosa de si mesmo, como aquele que, com o desenvolvimento, caminhava em progresso contínuo.
O que a propaganda do governo Médici deixou de herança foi um sentimento de desilusão anos após aos que mergulharam de cabeça em suas promessas e imagens. Por exemplo, o próprio governo foi um governo de contradições. Foi um governo do desenvolvimento, mas, ao final, iniciou-se forte retração, causada pelo embargo do petróleo, cuja produção no país não representava mais que 25%; ora o slogan da Petrobrás anunciava a independência do país em relação ao produto. Ainda foi o governo das grandes obras, que acabaram se transformando em um verdadeiro “presente de grego”, a partir que as mesmas aumentaram imensamente a dívida externa da nação e, algumas delas, nem sequer foram acabadas de forma satisfatória (caso da Transamazônica). Foi o governo do sucesso em todas as áreas, entretanto, provocou a paralisação econômica do país por mais de vinte anos; garantiu o pleno emprego, registrou altos índices de crescimento econômico, mas não evitou a miséria e o aumento da concentração de renda nas mãos de uns poucos. A ênfase da propaganda era de desenvolvimento para repartir o bolo; mas só poucos experimentaram as fatias dele.
Assim, embora a propaganda do governo quisesse passar por inofensiva e configurar um certo tom de irmandade, de utilidade pública, criadora de um clima pacifico, era algo que era pressentido como que a esconder seus reais propósitos. Em suma, o que o sistema pretendia é que a propaganda oficial do regime fosse encarada e aceita como a que tentava  “levar uma palavra de concórdia, de amor [enquanto] os críticos do governo estavam a serviço da discórdia e do desamor; espalhavam tristeza”.[16]
Em conseqüência, o Presidente alcançou altos índices de aprovação (82% - julho de 1971); as obras que o mesmo fizera falaram mais alto nas propagandas do que a repressão veiculada as escondidas ou não. A sua frente Médici levava  um saldo positivo de realizações: o aumento das exportações com a diversificação dos produtos exportados; a pavimentação de rodovias por todo o país; a criação de pólos petroquímicos e a expansão da indústria siderúrgica; finalmente, o acordo com o Paraguai para a construção da usina de Itaipu. Portanto, movidos pelo que viam e ouviam, entorpecidos pelas promessas de crescimento e riquezas, com o único tricampeonato até então conquistado por uma seleção nacional, pela convocação à expandir a civilização as florestas, etc, o povo se deixou seduzir por uma propaganda massificadora, ideológica, legitimadora de um sistema repressivo que através do apelo patriótico, gotejou no cidadão um ufanismo que até hoje é arraigado e penetrado, pois, para muitos, esse (o Brasil) é o melhor lugar pra se viver – um paraíso na terra – e que Deus é brasileiro, e essa, seja talvez, nossa maior propaganda.

BIBLIOGRAFIA   


AERP. Relatório de Comunicação Social do Governo. Presidência da República, 1973.
AERP. Catálogo de peças produzidas – out. 69 a março 74. Brasil. Lei, decretos, etc. Dec. 67.611, de 19/11/70.
FICO, Carlos. Reinventando o Otimismo - Ditadura, propaganda e imaginário social no Brasil. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1997.
____________ O Tempo da Ditadura: Regime Militar e Movimentos Sociais em Fins do Século XX ; org: Jorge Ferreira e Lúcilia de Almeida Neves Delgado – RJ; Ed. Civilização Brasileira; - (O Brasil Republicano; v. 4).
GASPARI, Elio. A Ditadura Escancarada; São Paulo; Ed. Companhia das Letras, 2002.
HOLANDA, Sérgio Buarque de. Visão do Paraíso. 6. ed. São Paulo: Brasiliense, 1994.
O Livro do Ano – Edições Veja, uma publicação da Revista Veja, da Editora Abril Ltda – janeiro a dezembro 1971.
Revista de História Regional – artigo de Luis Fernando Cerri; Espaço e Nação na propaganda  política do "Milagre Econômico"; volume 5, n°2; inverno 2000;

FONTES

Revista Veja janeiro – 1971
Revista Veja n. 104, de 2/09/1970, p. 51
Revista Veja n. 165, de 3/11/1971, p. 16-17
Revista Veja n. 154, de 18/08/1971, p. 8-9.
Revista Veja n. 209 de 6/09/1972, p. 59
Revista Veja n. 213, de 4/10/72, p. 45-6
culturabrasil.org


[1] Revista do Ano - Ed. Veja 1971, pg 4. (Revista Veja janeiro – 1971).
[2] AERP – Planejamento para 1970 a 1974
[3] culturabrasil.org
[4] Revista Veja n. 209 de 6/09/1972, p. 59
[5] Revista Veja n. 213, de 4/10/72, p. 45-6
[6] Revista Veja n. 165, de 3/11/71, p. 16-17
[7] Revista Veja n. 154, de 18/08/1971, p. 8-9.
[8]  Revista Veja n. 104, de 2/09/70, p. 51
[9] O Livro do Ano – Edições Veja, uma publicação da Revista Veja, da Editora Abril Ltda; p. 113
[10] Dom e Ravel – Gravadora RCA - 1970
[11] O Livro do Ano – Edições Veja, uma publicação da Revista Veja, da Editora Abril Ltda; pág. 26.
[12] Miguel Gustavo – 1970 Hino à Seleção Brasileira de Futebol, em Veja 01/07/1970, “A imagem do sucesso”, p.20.
[13] Fonte Desconhecida
[14] Idem
[15] Idem
[16] Fico, Carlos. Reinventando o Otimismo: ditadura, propaganda e imaginário no Brasil; p.124


Sobre o Autor
Bacharel em Teologia formado na FAESP;
Bacharelado e Licenciado em História pela FIEO;
Palestrante, Conferencista em diversos eventos;
Professor de Teologia (IETEB - Osasco/ ITF - Embu);

Escritor de apostilas utilizadas na grade do IETEB, conforme abaixo:

- Curso Básico:  Introdução Bíblica; Antigo Testamento; Novo Testamento;
- Curso Médio: Cristologia; Livros Poeticos; Período Interbíblico
- Bacharel: Cristologia; Livros Poéticos;
- Outros: Bibliologia Geral; Arqueologia Bíblica;
Escritor de diversas Apostilas usadas em Palestras, Estudos e Seminários. Entre outros títulos, citamos: Escatologia; O Adolescente; Laços do Passarinheiro (voltado aos jovens); Liderança/Líder/Relacionamento com o Grupo; Não Sejais Meros Ouvintes (Estudo no Livro de Tiago).